Instituto Kadila convida para a palestra O mesmo e o outro em Valentin-Yves Mudimbe: atmosferas intelectuais, imperialistas e a vontade de verdade em A ideia de África.
No dia 7 de novembro, às 15h, como parte do evento África Vozes e Pensamentos 2025, o Instituto Kadila transmitirá a palestra O mesmo e o outro em Valentin-Yves Mudimbe: atmosferas intelectuais, imperialistas e a vontade de verdade em A ideia de África. Esta comunicação pretende abordar o pensamento social de Valentin-Yves Mudimbe (1941-2025), a partir da sua obra A ideia de África (2022). As reflexões se concentram, especialmente, na análise dos capítulos 2, 4 e 5 intitulados: “Qual ideia de África?”, “Domesticação e o conflito de memórias” e “Reprende”, respectivamente. Publicada originalmente em 1999, A ideia de África traça um caminho de reflexões analíticas desenvolvido pelo autor inicialmente no livro A invenção da África ([1988] 2019). Nessas obras, Mudimbe constrói argumentos críticos disciplinares sobre a antropologia, o africanismo e as implicações do projeto marxista na África, entre outros, dialogando com uma tradição intelectual ocidental, nos modos como são concebidos e operacionalizados os regimes discursivos, as representações e ordens de conhecimento sobre a África, em termos de alteridade e objeto de conhecimento da modernidade. Em A ideia de África, o autor se propõe ampliar e dar continuidade não apenas a suas interpretações anteriores sobre a estrutura colonizadora, biblioteca colonial e a problemática de regimes de verdade, está última noção influenciado por Michel Foucault, mas busca tensionar seus argumentos interrogando diversas e situadas atmosferas intelectuais e imperialistas (s. XVII – XX), sem invalidar o que considera ser “a matéria viva de minhas próprias memórias, das coisas vistas, ouvidas e vividas” (Mudimbe, 2022, p. 327). Ele centraliza a questão de uma ideia de África, em uma escala de longo tempo, examinado as conexões, contradições, clivagens e embates dessa ideia nas correlações entre passado e presente, etnologia e colonialismo, alteridade, conversão religiosa e domesticação, identidade e tribalismo, lugares, conflitos e política de memória, estética e arte “primitiva”, imperialismo, poder, subjetividade e vontade de verdade. Esses aspectos, heterogêneos e sensíveis à razão etnológica ocidental e africana, são parte de um processo complexo que, em última instância, exploram e confrontam, de modo radical, a própria intencionalidade e/ou “consideração subjetiva” do autor (Mudimbe, 2022, p. 325), na dialética do mesmo e do outro. A palestra será ministrada por Fanny Longa Romero (UNILAB – Campus dos Malês, Bahia) e terá mediação de Bruno Mafra Ney Reinhardt (Instituto Kadila – UFSC)
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