Projeto Kadila
Projeto Kadila
O Projeto “Kadila: Culturas e Ambientes – Diálogos Brasil Angola” fez parte do programa CAPES AULP do Ministério da Educação do Brasil. Este projeto foi iniciativa do NUER/UFSC e CE.DO/UAN e esteve em atividade entre os anos 2012 até 2018. Foi proposto e coordenado pela profa. Ilka Boaventura Leite, da UFSC.
O projeto inaugurou o acordo internacional da UFSC com a UAN e seus
desdobramentos, assim como sua parceria com o NUER, resultou no atual
Instituto Kadila de Estudos Africanos e das Diásporas, vinculado ao PPGICH e CFH da UFSC.
O Projeto Kadila tinha como principal objetivo a formação universitária através da Mobilidade Internacional de docentes e discentes de universidades brasileiras e angolanas. Sediado no NUER – UFSC, contou com o apoio da Faculdade de Letras e Linguística da UAN. Suas atividades de pesquisa atuaram em parceria na UAN, com o Centro de Estudos do Deserto e o Observatório da Transumância, criado pelo antropólogo Samuel Rodrigues Aço.
O projeto em conformidade com o próprio CE.DO, concebeu a transumância como um fenômeno social para abordar a multiplicidade de fluxos que integram a experiência migratória, a vida produtiva e comunal no Deserto do Namibe, em termos antropológicos, históricos, geográficos, linguísticos, literários, entre outros – buscando os diálogos inter e multidisciplinares para fundar novas questões nas Ciências Humanas.
O Projeto considerou, sobretudo, as Leis 10.639/2003, 11.645/2008 e a Lei de Base do Sistema de Educação (L.B.S.E.), nº 13/01, para gerar novos conteúdos curriculares mais atualizados e condizentes com a realidade atual sobre a História da África e os Estudos Afro-brasileiros.
Nesta etapa, o Kadila contribuiu para a formação e capacitação de docentes entre os Centros e Universidades parceiras, além de aprofundar as pesquisas sobre a mobilidade humana e a valorização de práticas e saberes sobre a itinerância como forma de existência na região Sudoeste de Angola.
Missões Docentes
As Missões de Trabalho do projeto Kadila Culturas e Ambientes, visaram estabelecer contatos, propor e consolidar parcerias, planejar ações, programas de ensino e pesquisa, fortalecer as cooperações científicas entre docentes e aperfeiçoar os métodos de desenvolvimento científico e tecnológico entre as universidades. A seguir iremos detalhar as missões ocorridas durante a realização do projeto:
Missões de Trabalho realizadas pelo Projeto Kadila 2012-2015
2012 – Primeira Missão: organizada pela Sinter – Secretaria de Assuntos Internacionais da UFSC à UAN A Secretaria de Assuntos Internacionais da UFSC – Sinter organizou uma visita a Angola para consolidar os canais de comunicação necessários entre as duas universidades, aberto pela Fitogenética e a Antropologia da UFSC. A profa. Ilka Boaventura Leite, proponente e coordenadora do projeto Kadila, já inscrito no Edital CAPES, participou da Missão organizada pela UFSC, onde apresentou o Projeto para a administração da Universidade Agostinho Neto, representada pelo Pró-Reitor de Assuntos Internacionais Prof. Dr. Agatângelo J. dos Santos Eduardo, reitor em exercício, e participou de atividades do Centro de Estudos do Deserto (CE.DO), coordenadas por Samuel Rodrigues Aço. A equipe da UFSC, composta pelos professores André Ramos, Rubens Nodari e Juarez Nascimento participaram de diversas atividades, dentre elas a visita ao Museu de Antropologia e o Consulado do Brasil.. Viagem a Tombwa, Njambassana e Mbwhú 1 – Reunião com a administração e os professores do Tombwa Apresentação do Projeto Kadila e as novas perspectivas abertas nesta nova fase de cooperação técnica entre o NUER e o CE.DO. Em seguida, o professor André Ramos falou como representante da UFSC e da Sinter, respondendo as dúvidas dos professores sobre as modalidades de ingresso, suporte e apoio para a realização do intercâmbio internacional desenvolvidas pela UFSC, na atualidade sobre o Programas PEC-PG, entre outros. 2 – Visita a Njambassana Njambasana dista cerca de 80 Km de Tombwa e é uma aldeia onde está a sede do Centro de Estudos do Deserto. É também o nome da lagoa e do rio que abastece a região e em torno da qual vivem algumas famílias de criadores de gado e pastores da região em casas de pau a pique. Lá está localizada a escola, algumas lojas, um posto da administração e enfermagem, o centro de hospedagem e a sede do CE.DO. A região pode ser descrita como um vale de montanhas arenosas em cujo centro está a lagoa que favorece a existência temporária de um oásis, possibilitando a fixação de casas, e nas proximidades, os sambos (locais de acolhimento de rebanhos e pessoas no deserto por curto espaço de tempo) e as ongandas (círculos de ramos de espinheiras no deserto habitados por uma ou mais familias e seus pertences). 3 – Visita ao Centro de Estudos do Deserto Visita ao Centro de Estudos do Deserto – CE.DO e ao Centro de Artes e Ofícios, fundado em 25 de Maio de 2007 através da iniciativa do professor Samuel Rodrigues Aço com a participação de docentes e de 30 estudantes da Licenciatura em Antropologia da UAN, em 5 missões de investigação antropológica na área. Visita às novas construções com hospedarias e oficinas de fabricação de adobe para construção de casas: 4 – Encontro com os Pastores no Mbwhú O Curoka e o Mbwhú O Curoka (também escrito com K) é o termo usado par nominar o rio, as pessoas e recobre também uma extensa região de pastagens no Deserto, ponto de passagem descrita pelos viajantes que buscam o Parque do Iona – reserva nacional. No Curoka, a cerca de 70 km de Njambasana, há uma espécie de vale onde se avista de longe o Mbwbú (também se diz e escreve Umbú), enorme montanha de pedra que se destaca e demarca um ponto especial na paisagem da região. – O Posto de Paragem do Mbwhú “O encontro com os pastores foi o momento mais emocionante da viagem, principalmente porque a proximidade já existia entre nós, através do acompanhamento da pesquisa de campo e a orientação da dissertação da antropóloga Milena Argenta. Pude “rever” a todos, sentir o calor humano dos olhares e da intenção explícita em nos receber e acolher. Com eles passamos todo o dia, no posto construído pelo Ce. Do, neste lugar mágico chamado MBWHÚ, para onde eles convergem em situações críticas como naquele período em que as chuvas ainda nem se anunciavam e a falta d’água e de pasto já era tão visível. Almoçamos um delicioso guisado feito lá mesmo com carne e sangue de cabra, especialmente para a ocasião e experimentamos a aguardente de banana. Entreguei ao soba Antônio Mbeiapé uma cópia da dissertação da Milena, num gesto de agradecimento e reconhecimento pelas informações e colaborações do grupo para a realização do trabalho, a primeira pesquisa de campo realizada em África pela Antropologia da UFSC . Entreguei também alguns presentes ao soba e para algumas pessoas que colaboraram mais diretamente na pesquisa, como a Ana Paula e seus familiares. Fui presenteada também pelo soba, com um belo recipiente feito de madeira por ele mesmo, usado para a ordenha e para o coalho do leite, alimento importante dos habitantes da região.” (Depoimento de Ilka Boaventura Leite)
Missão de Trabalho da UAN à UFMG – Belo Horizonte, outubro de 2013
Reunião do Projeto Kadila em Belo Horizonte, com as profas. Amélia Arlete Rodrigues Mingas, decana da Faculdade de Letras e Linguística da UAN, a profa. Ilka Boaventura Leite, coordenadora do Projeto Kadila e a profa. Sonia Queiroz da área de Letras da UFMG. Pautas: – Cronograma das próximas missões de estudos e trabalho da UFSC à Angola. – Elaboração de minuta do Termo Aditivo e renovação do convênio geral entre a UFSC e a UAN. – Planejamento de pesquisas e formação docente no âmbito do Projeto Kadila.
Missão de Trabalho à UAN – Luanda, março de 2014
Reunião com a equipe da UFSC composta pelos professores Marcos Montysuma, Cristine Gorski Severo, Ilka Boaventura Leite e os professores da UAN, o Decano Dr. Petelo, Daniel Sassuco, prof. Samuel Aço e demais membros da Faculdade.
Profa. Aurora da Fonseca Ferreira do ISCED
Missão da UFSC à UAN – Luanda, março de 2015
Missão de Trabalho do Projeto Kadila da UAN à UFSC – março de 2015
Participantes: Profs. Amélia Mingas e Manuel Domingos José da UAN e profs. Ilka Boaventura Leite, Cristine Gorski Severo, Nazareno José de Campos, Leticia Cesarino, Silvio Correa e Simone Schmidt da UFSC e profa. Sonia Queiroz da UFMG. Pautas: – Intercambio de docentes e discentes das duas universidades; – Planejamento de atividades do Kadila no ano de 2015 e 2016; – Pesquisas e publicações a serem feitas em regime de cooperação; – Questões administrativas dos convênios e protocolos entre as duas universidades. Missão da Faculdade de Ciências Sociais da UAN à UFSC março de 2015 Participantes da UAN: Luzia Milagres (vice decana) e José Nkosi (chefe do departamento de Psicologia). Participantes da UFSC: Ilka Boaventura Leite, Oscar Calávia (Chefe do Departamento de Antropologia), Cristine Gorski Sever (Linguística), Nazareno José Campos (Geociências), Leticia Cesarino (Departamento de Antropologia), Amurabi Oliveira (Departamento de Sociologia). – Reunião no NUER com pesquisadores do Projeto Kadila: Pautas: – Situação dos estudantes intercambistas que se encontram na UFSC pelo Projeto Kadila até julho; – Participação da Faculdade de Ciências Sociais no Projeto Kadila; – Proposta de Termo Aditivo específico com o CFH; – Reunião com o diretor do Centro de Ciências Humanas prof. Paulo Pinheiro Machado para discutir o Termo Aditivo proposto; – Reunião com a Reitora por ocasião da assinatura do convênio INCRA-UFSC que prevê a colaboração do NUER nos relatórios técnicos sobre comunidades quilombolas em Santa Catarina; – Reunião com o diretor adjunto da Secretaria de Assuntos Internacionais da UFSC, prof. Aguinaldo para tratar do Termo Aditivo a ser assinado pelos dois diretores das faculdades e que deverá integrar o termo do Convênio Geral entre as duas universidades: UFSC e UAN.
Missão de Trabalho Brasil-Angola
Realizada em Angola de 04/09/2017 a 08/09/2017 Durante os 4 dias da Missão de trabalho realizada pela coordenadora do Projeto Kadila, a profa. Ilka Boaventura Leite, foram realizadas as seguintes atividades:
- Três reuniões de trabalho com a coordenadora do convênio na UAN, profa. Amélia Mingas, da Faculdade de Letras.
- Reunião de trabalho com o prof. José Kalunsienko Nkosi, da Faculdade de Ciências Sociais, co-orientador na UAN de Yersia Souza de Assis, doutoranda do PPGAS/UFSC.
- Reuniões de orientação com a doutoranda Yérsia Souza de Assis, que encontrava-se em doutorado sanduíche com bolsa de estudos do Projeto Kadila em Luanda. Ela permaneceu até 30/11 em Luanda em pesquisa para sua tese.
- Reunião com o professor e vice-diretor do Instituto Superior Politécnico do Huambo, Marino Leopoldo Sungo.
- Reunião com a atual diretora do Centro de Estudos do Deserto, Maria Teresa Açô, sobre o Observatório da Transumância.
- Reuniões com os professores da UAN, Nsimba José e Daniel Perez Sassuco, integrantes e colaboradores do Projeto Kadila na UAN/Angola.
- Visita, acompanhada da doutoranda Yérsia Assis e Teresa Açô, ao Museu da Escravatura, um dos locais onde estamos realizando pesquisa.
- Participação e apresentação da sessão pública de lançamento do livro “Kadila: Culturas e Ambientes – Diálogos Brasil-Angola” em sua versão impressa. Nesta sessão estiveram os autores do livro, o diretor e a vice-diretora da Faculdade de Letras, além da coordenadora do Kadila em Angola, a linguista Dra. Amélia Mingas. O evento contou com um público formado por estudantes e professores da Universidade Agostinho Neto.
Seminário de lançamento do Livro